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A moda é verdadeiramente diversa? Designers negros compartilham suas experiências na indústria

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A moda é verdadeiramente diversa? Designers negros compartilham suas experiências na indústria


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Os esforços da indústria da moda para melhorar a sua diversidade tornaram-se cada vez mais visíveis nas últimas décadas.

Da ascensão meteórica de Naomi Campbell nos anos noventa, até Edward Enninful tornando-se a primeira pessoa negra a servir como editor-chefe da Britânico Voga – para Virgílio Abloh tornando-se o primeiro diretor criativo negro da Louis Vuitton em 2018.

Não há dúvida de que os criativos negros têm sido fundamentais na formação da indústria da moda, mas, com razão, muitos sentem que ainda há um caminho a percorrer antes de a verdadeira igualdade ser alcançada.

Em homenagem ao Mês da História Negra, ouvimos os designers Rainy Womack e Emile Vidal Carr, juntamente com o palestrante de moda Stefan Efobi, sobre o progresso, o legado e as provocações que os criativos negros ainda enfrentam na indústria hoje.

O legado da moda negra

“A história da moda negra está profundamente interligada com africano herança, resiliência cultural e navegação de barreiras sistêmicas”, diz Efobi, professor de Design de Moda na Nottingham Trent University.

“Historicamente, muitos designers negros usaram os têxteis como meio para contar histórias e a sua capacidade de contar novas histórias.

“Nas malhas contemporâneas, designers como Grace Wales Bonner estão infundindo narrativas culturais negras nas peças de malha, fundindo artesanato com identidade.”

O trabalho de Bonner muitas vezes nos transporta de volta a momentos culturais históricos, como sua coleção de pós-graduação que evocou Lagos dos anos 1970. “A mistura de referências históricas e materiais luxuosos reflete como os designers negros estão entrelaçando a herança cultural em malhas modernas, ligando o passado e o presente”, explica Efobi.

Na moda do Reino Unido, a geração pós-Windrush desempenhou um papel fundamental ao trazer estilos caribenhos e africanos vibrantes para o estilo de rua britânico, especialmente nos anos setenta e oitenta, explica Efobi.

“Joe Casely-Hayford foi um pioneiro, misturando alfaiataria britânica com estampas de inspiração africana e ganhando reconhecimento por seu trabalho com ícones culturais como Michael Jackson, Princess Diana e o confronto.

“Hoje, designers como Martine Rose continuam este legado, integrando a sua herança em coleções que desafiam as ideias convencionais sobre moda.”

Progresso ou tokenismo? A luta pela representação autêntica

Apesar do aumento da visibilidade dos designers negros, muitos hoje estão céticos quanto a quais ações são verdadeiramente sinceras.

Emile Vidal Carr, designer de moda com mais de duas décadas na área, afirma: “Não creio que a indústria tenha chegado tão longe em termos de diversidade racial. Existem algumas instituições de moda britânicas por aí, mas não creio que façam muito pela diversidade racial como poderiam pensar.”

As próprias experiências de Carr sublinham os desafios visíveis. “Quando usei modelos negras, os compradores rotularam os meus designs como 'urbanos'”, recorda ele, num preconceito racial subtil mas persistente que por vezes confinou o seu trabalho a categorias restritas.

Para Rainy Womack, designer norte-americano por trás da marca Tell The Truth, as barreiras têm mais a ver com acesso. “Encontrei pessoas com conexões e recursos que não queriam ajudar”, diz ele.

Womack teve que construir sua marca por meio de mídias sociais e desfiles de moda, enquanto os compradores muitas vezes ignoravam seu trabalho. Embora veja algumas melhorias com figuras como Pharrell Williams assumindo cargos em grandes casas de moda como a Louis Vuitton, ele acredita que as oportunidades permanecem fora do alcance de muitos.

“Os compradores podem recusar o próximo grande lançamento sem sequer saberem”, observa Womack, “e designers como eu não se esquecem de como somos tratados quando tentamos avançar”.

Para Carr, tudo se resume a conhecimento especializado em negócios. “Acho que o tema da perspicácia empresarial precisa ser um pouco mais vocalizado”, explica ele, “Na maioria das vezes, isso pode superar o processo de design”.

“Não acredito necessariamente que os designers negros tenham de trabalhar duas vezes mais que os seus homólogos”, continua Carr, “mas acredito que eles precisam de encontrar uma forma de trabalhar de forma diferente dos seus pares e manter-se fiéis a isso, independentemente de qual poderá ser a tendência actual que é o que lhes proporcionará longevidade na indústria.”

Modelos para moda sustentável e tradicional

Os designers negros não estão apenas a pressionar pela visibilidade – estão também a remodelar as conversas em torno da sustentabilidade.

Efobi destaca designers como Kenneth Ize, que incorporam técnicas tradicionais nigerianas em seu trabalho, colaborando com artesãos e defendendo a preservação cultural. “Trata-se de mais do que roupas bonitas”, diz Efobi. “Trata-se de honrar a tradição e apoiar as comunidades.”

Aurora James, diretora criativa da Brother Vellies, é outra designer que lidera essa tarefa, com foco na produção ética e no uso de materiais reciclados.

“Ela está comprometida com a produção sustentável, muitas vezes utilizando materiais reciclados e empregando artesãos de todo o mundo, especialmente de África”, afirma Efobi.

“O seu trabalho desafia a ideia de que a moda de luxo deve resultar da exploração ou de danos ambientais.”

O futuro da moda

As reflexões de Efobi, Carr e Womack destacam os desafios relativos à diversidade na indústria. Embora a visibilidade dos criativos negros esteja a melhorar lentamente, a questão da autenticidade e do tokenismo continua a ser inquietante para muitos.

“A moda deveria ser sobre as pessoas se expressarem livremente e se vestirem como se sentem, sem regras ou limites”, diz Womack, e é hora de a indústria cumprir essa promessa.





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